13/12/2014

Etérea fantasia



Noites tão curtas
viradas ao léu
entre risos, conversas
suspendes ao céu
promessas que furtas
sonhos, palpites
escorregadiços limites
amargas ternuras
desejos de afeto
café dividido
carinhoso apelido
um teto, um luar
poesia com vinho
chocolate e amar...

08/12/2014

Vícios e virtudes



Num resquício de lucidez
a velhas nau,
mastros rasgados
furados cascos,
tomou-se do vício.
Navio fantasma
saído do cais
para onde jamais
voltará outra vez.
A ferrugem avança
corrói a insensatez
- Não, não tenha piedade!
só desfez e desfez
o que jamais outra vez
sobre o mar estará.
Pirata enlouquecido
quererá retomar,
embebido no vício
irá se envenenar.
O remédio para poucos
guardado está
- Não procures, não peças
já bastam promessas
não cumpridas atrás.
A nau já vai indo
está submergindo,
descansem em paz
fantasmas insanos
enrolados em panos
de um plano mordaz.
Na posta restante
uma carta enviada
selada, endereçada
aos "futuros amantes"
detalha o vício
alerta o precipício
informa o cais
- e nele o remédio
pra curar aquele tédio
de dias atrás.
A nau afunda
no infinito
no mar
no caos particular
afunda, não volta mais.
Os gritos calados
- abafais!
tresloucado pirata
com medalha de lata
- não terás ouro jamais.


06/12/2014

Se... assim seria...



Teria concretizado 
um plano maluco 
surgido outro dia
numa utopia
de viver feliz.
Compraria uma kombi,
pintaria umas flores,
roubaria uns amores
ou me deixaria roubar.
Anéis de miçangas
cabelos ao vento
pequenos nomentos
precisaria mais?