23/10/2009

"Gramática" - Música de Luiz Tatit

25/09/2009

Trinta e muitas histórias


Sentada em um tronco de árvore deitado ao chão, chorava pela vida que não deu certo. Uma forte chuva caíra no dia do casamento, sinal de muita felicidade - diziam os convidados. Mas o suor que se misturava aos abraços e felicitações a irritava e parecia querer dizer qualquer coisa sobre o começo de um futuro que deveria ter sido bom. Era uma parte da vida que não tinha sido muito planejada, nem mesmo sonhada, mas que a barriga que já crescia tornava inevitável. Estava casando para ser feliz para sempre, como tinha de ser.
A indiferença talvez doesse mais do que tudo. Chorar por horas a fio e não ser notada, não ser consolada e nem ouvir uma voz a sussurrar no ouvido, dizendo que não tinha problema, que tudo iria passar. Lembrava com saudade do primeiro beijo que tinha sido dado à beira do rio, acompanhado das luzes que se refletiam na água e que a fizeram, por um momento, ficar tonta. Um beijo meio atrapalhado, como todo primeiro beijo. O pedido de casamento viera quinze dias depois e fora recebido como brincadeira, não sabia que o futuro já estava escrito.
Momentos felizes foram poucos, mas davam saudade. Um bilhetinho ao acaso, um telefonema pra saber trivialidades, um beijo roubado, o amor inesperado. Estranho como tudo se dissipa. Cacos de um vitral que tenta formar figura inteira, mas sempre se mostra esfacelado. Tentaram a felicidade; ao menos pensavam ter tentado. Presos a seu próprio egoísmo, ambos se perderam ao longo dos anos e ficava cada vez mais difícil se reencontrar.
O tronco era a própria dor. Solitário, desprendido de tudo que lhe importava, não fazia mais do que estar. Assim também estava ela, sentia-se como um fantasma com corpo. Solta num mundo que não era capaz de medir seus sentimentos, deixava rolar lágrimas com o gosto do mar que tão pouco pudera sentir e que tanto a convidara a viver. Chorou por horas, até perder a força. Resignada, entrou e tomou banho. Lavou a dor e se perfumou, precisava continuar sendo a mulher que todos esperavam que fosse.
A água que descia pelo ralo do banheiro levava consigo todos os sentimentos que não lhe eram permitidos. Afinal de contas, aprendera com a vida que uma mulher não precisa sentir, basta que cumpra seu papel e não altere a ordem das coisas. Novamente precisava mostrar felicidade e, depois de se vestir, saíram para encontrar amigos. Quando voltaram, como há anos, o amor cedeu lugar à rotina. Tudo estava em aparente ordem e tranqüilidade, mas enquanto o corpo gostava, a alma reclamava algo mais que ela ainda não conseguia entender.
Os dias eram iguais, às vezes esquecia e pensava que era feliz. Chegava a acreditar que a vida era assim mesmo e que não era a única que já sentira a angústia de ver seu castelo desabar pela força. De toda a dor sentida, a maior era a de ter compactuado com tudo, simplesmente por não ter coragem, por sentir medo, vergonha, ou por se sentir merecedora do sofrimento.
O nó na garganta amarrava também a voz e prendia o sorriso. Aprendera a evitar, a reconsiderar, a fingir. Fingia estar feliz e fazia isso tão bem que às vezes ela mesma acreditava. Conversavam pouco, tinham nada em comum. Quando o fim foi inevitável ela se viu sem ter um CD que gostasse, uma roupa que lhe agradasse, uma boa história em comum pra contar. De repente ela descobriu que dormira e envelhecera mais do que a própria idade.
Tinha pouco mais que vinte anos quando mudou seu destino, ou ele se fez acontecer. Das festas, dos risos, dos carnavais guardava lembranças e algumas fotos - apenas aquelas incapazes de causar forte dor de cabeça. Visitava o passado às vezes, sozinha, e sentia uma ponta de dor. Amores fugazes tinha tido alguns, experiências que a fizeram mulher pelo êxtase, alegria, dor, decepção, ilusão ou indiferença, tanto causada quanto sentida. Gostava de brincar, fora muito criança até os quatorze anos e tinha um pouco de menina em tudo o que fazia.
Mas a menina dormiu. Tão profundamente que não conseguia mais acordar. Por vezes se encontravam em sonhos ou pesadelos, ela e sua menina. Queriam, mas não sabiam como se reencontrar. Desejaram-se intensamente e trocavam segredos em encontros fortuitos. Os recalques vinham em seguida e a compensação era encontrada no trabalho, no cuidado com os filhos, na casa e seus afazeres sem-fim.
O sono aumentava. Nos pequenos encontros a menina ensinou a mulher a dormir pra fugir, esquecer, não sofrer. Ambas dormiam e o corpo desabitado cumpria a rotina que lhe era imposta. Ninguém podia desconfiar, nem ela mesma sabia que já não estava presente na sua própria vida. Tudo estava como todos queriam que fosse, mas seu coração a fazia desejar algo mais e em sua mente continuavam a passar filmes antigos que traziam lembranças queridas.
Lembrava das noites de sexta, geladas noites de inverno em que brindava a vida com seus amigos e bebiam vinho e contavam histórias, e faziam planos. Sonhavam ir longe, fazer diferente, ser mais do que poderiam esperar. Todos viviam a ingenuidade dos vinte anos em que tudo se mostrava mais fácil e os problemas se resolviam numa festa, numa roda de chope, num barzinho ouvindo alguém tocar canções que pareciam ter sido inspiradas na vida, amores e mágoas de cada um.
A primeira a abandonar o grupo tinha casado. Outros vieram integrar a trupe. Alguns mais foram saindo por casamento, mudança, estudo, trabalho. Ela tinha deixado todos pra fazer a diferença. Queria viver mais, fazer uma especialização, sair da cidade pequena em que vivera desde seu primeiro dia de vida pra conquistar novos lugares, fazer novos amigos, viver novas aventuras.
Arriscou. Deixou tudo: amigos, família, emprego. Chegou à nova cidade e conseguiu poucas horas de trabalho que não davam pra custear sua sobrevivência mínima. Os dias eram difíceis, mesmo morando na casa de um irmão que lhe emprestara um quarto. Apesar das dificuldades e da solidão que sentia, começou a estudar pra seleção de mestrado. Foi pega por uma gripe arrasadora, pois o litoral apresentava um clima bem diferente do de sua cidade natal. Quando estava quase recuperada, foi convidada a participar de uma festa onde conheceu aquele a quem pensou amar. Olharam-se, tremeram, o ar faltou. O convite pra dar um passeio veio meio tímido depois de algum tempo esperando que ela desse um sinal de interesse. Saíram e ele quis mostrar a ela o rio que logo adiante se encontraria com o mar. Timidamente se beijaram. Estava selada a promessa de felicidade.
Começaram a se ver todos os dias e o tempo parecia sempre curto demais. Ela tentava estudar e misturava as lições com a lembrança dos beijos e o desejo dos abraços. Esperava por ele como se as horas fossem longos anos que não passam. Amaram-se no impulso de viver tudo ao mesmo tempo. Acreditavam não poder mais ficar distante.
Por ironia, ficar distante era o que mais faziam depois de passado algum tempo. Os minutos juntos, agora sim, eram como infindáveis anos e a vontade de permanecer lado a lado parecia ter desaparecido. Ela assistia a um filme, ele batia papo no computador. Ela preparava aulas, ele assistia esportes. Ele dormia, ela pedia pra sair. Ela dormia, ele jogava futebol com os amigos. Ele escutava música, ela lia. Ela saía pra trabalhar, ele resolvia problemas de ambos. Quando se encontravam, por acaso, não sabiam o que fazer. Então saíam pra não ficar sozinhos. Não queriam se encontrar e reconhecer que já tinham se perdido.
Naquele dia em que a tristeza invadira sua alma, ela, perdida em seus pensamentos, contemplava o vento que varria as folhas secas e levantava poeira. Sentia como se o vento tentasse tirá-la dali, formando pequenos redemoinhos, despenteando o cabelo, mudando coisas de lugar. Ela lembrou que o vento do litoral era diferente, tinha sabor. Diferente também era o do Rio Grande do Sul onde o minuano cortava no inverno. Deu-se conta que o vento do norte inquietava porque nunca conseguia realizar aquilo que esperavam dele. Era morno demais.
Sentiu que sua vida estava como aquele vento, morna e insossa. E isso dava um tanto de angústia. Tanto tempo de solidão a levara a buscar compensação na cozinha, ganhara quase vinte quilos em poucos anos. O retrato do abandonar-se a si mesma, do não ter porque se querer. Embora a vida no norte tivesse feito perder um pouco do peso ganho, pois o calor pedia alimentos mais leves, frutas, verduras e muito líquido, a aparência continuava a distanciando muito da pessoa que um dia tinha sido.
Amigos, tinha perdido no tempo. E quem gostava tanto de brindar a vida, esqueceu o sabor das bebidas. Não que ele proibisse ou ficasse contrariado, mas porque motivos ela já não tinha. E porque assim era, permanecia fechada em seu mundo, cada vez mais distante de todos. Ensaiou novas amizades, chegou a compartilhar momentos, mas preferiu manter-se na redoma onde pensava ter segurança. Assustava o desejo de querer mudar, de querer viver diferente. Era melhor ignorar e seguir fazendo de conta que vivia feliz pra sempre, como deveria ser.
Quis mesmo que tudo ficasse bem, juntou a areia do castelo que se tinha desmanchado e tentou refazê-lo o melhor que pode. Mas não se deu conta que castelos de areia se desfazem, e que mesmo que pareçam firmes, são de areia. O castelo caiu três vezes devido a forte impacto. Na quarta vez a queda resultou de ação da própria natureza. O vento que sopra intermitentemente faz com que a areia mude de lugar e, aos poucos, ou desmancha o castelo, ou o deixa tão irreconhecível que mais parece um monte de areia ao acaso.
Assim estava tudo naquele dia em que ela sentou sobre o tronco. O vento tinha soprado muito e tinha mudado tanto a areia de lugar que ela olhava para o que tivera sido seu castelo e não entendia o que tinha acontecido. E então começou a chorar. E toda vez que ela chorava, a menina despertava e se sobrepunha a mulher. E nesse breve momento acordada, a menina viu que seu castelo outra vez estava sem forma, e sofreu porque já tinha cansado de refazê-lo.
Era mês de julho. Sentiu saudade do frio do sul, se lá estivesse ao menos poderia se enrolar em um cobertor. No calor estava sozinha. Nada a envolvia e, embora estivesse vestida, sentia-se nua.

10/08/2009

PERDENDO-SE NO LABIRINTO



Ele chegou lentamente à vida dela, tão lentamente que nenhum dos dois percebeu. Não pediu, não ofereceu, não fez promessas. Nem ao menos imaginava querê-la, ela que não era em nada parecida com tudo o que ele havia buscado por toda a vida que vivera até ali. Não era jovem, nem bonita e, ainda assim, ele via motivos para estar com ela, e eram muitos os momentos de encontro e tantos os motivos para se falar que todo o tempo parecia pouco. Ela lembrava um pouco Sherazade em “As mil e uma noites”, seduzindo o sultão com suas histórias que nunca findavam.
Nunca se ouviu falar que Sherazade superasse as outras mulheres em beleza, mas sempre se soube que sua astúcia a fez sobreviver e conquistar o coração frio do sultão. Ele se parecia também com o sultão, não havia matado de fato suas outras mulheres, mas tinha evitado muitos amores pelo imenso medo de arriscar e pelo grande compromisso de atender aqueles que dele dependiam. Não era feliz e vingava-se da vida tendo muitos amores fortuitos e deixando todos sem olhar para trás. Isso lhe dava uma sensação de poder e domínio, a ilusão de dar as cartas do jogo, ditar as regras e interromper as jogadas quando quisesse, cansasse ou fosse preciso.
Por que ele não conseguiu dar as cartas com ela? Simplesmente porque não sabia que estava jogando, não foi intencional, nem percebido. Ele dava as cartas em outros jogos, quando se viu sem saída. Não entendia porque, embora tivesse tantos motivos para sair, insistia em ficar. Quando quis fugir, já era tarde, tão tarde que ele nem tentou.
Aproximaram-se tentando repelir-se. Ela olhava para ele e o ouvia falar e, sem muita certeza dos motivos que tinha, sentia que deveria contrariá-lo sempre. Achava que ele não deveria invadir assim, sem mais nem menos, seu território, seu lugar, seus amigos. Por isso, arrumava argumentos e contra-argumentos para provar qualquer coisa ao contrário do que ele dizia. Nessa disputa de egos, histórias e discussões emendavam-se eternamente, sempre havia mais e mais a falar, a discutir, a argumentar. Por muitas vezes ela reconhecia que ele estava certo, mas não queria deixá-lo saber disso e achava formas de dizer o avesso parecer lógico e razoável. Ele ficava confuso, achava que as mulheres não deveriam ter tantos argumentos assim e não sabia como agir quando ela lhe colocava numa sinuca de bico. O inverso era absolutamente verdadeiro, ele também provocava, retrucava para ver até onde ela ia, mesmo sabendo que, outras tantas vezes, era ela quem estava certa.
Havia dias que as discussões cediam espaço a intermináveis viagens ao túnel do tempo em que ambos procuravam mostrar o quanto tinham sido felizes em suas vidas. Achavam que enganavam a alguém, além de si mesmos. E porque um foi vendo no outro as fraquezas escondidas nas histórias gloriosas, eles se sentiram mais próximos, afinal, viram-se humanos. Descobriram que podiam falar bobagens sem sentirem-se tolos por isso, que podiam se embriagar sem remorsos ou acusações, que erros acontecem quando se está vivo...
Foi numa quinta-feira que se deu o começo e num domingo que tudo tomou forma, mesmo sem que eles soubessem naquele momento. Quando os olhos se encontraram e não conseguiram se desviar, esqueceram do mundo que os observava e sentenciava-os a não se quererem. Foi inútil fingir que não aconteceu, foi indiferente ele ter saído em seguida, pois seus olhos já não lhe pertenciam, sua mente não o obedecia, sua vida estava marcada.
Quando ele foi embora naquele dia, o corpo dela encontrou friamente outro corpo, enquanto a mente viajava em busca daquele olhar, daquele sorriso, daquela voz. Ela não sabia também que aquele momento era definitivo, nada mais seria igual. Pela primeira vez em muito tempo, ela queria ser a mesma que um dia tinha sido. Queria voltar a sorrir, cantar, desejar, sonhar. Queria reencontrar ideais abandonados pelo caminho, tirar o peso das costas, tentar a felicidade.
Não foi passageiro, nem fugaz, como alguns imaginaram. Nem foi tão fácil como poderia ter sido. Nem um, nem outro sabiam amar-se, muito menos aceitavam isso. E como não assumiam para si próprios o sentimento, não podiam assumir um para o outro. Assim, passou-se muito tempo até que num rompante de loucura, beijaram-se e fizeram a Terra parar de girar por um instante. Não acreditavam no que tinha acontecido, não entendiam porque tinham feito aquilo e se viram presos numa armadilha. Foi a passagem para o labirinto.

15/07/2009

Crisântemos Amarelos ou "As flores têm cheiro de morte"



            Ela tinha um gato preto, mimado e manhoso, chamado Pretí (uma brincadeira entre a cor do gato e uma suposta pronúncia francesa). Fiel companheiro que aquecia seus pés nas noites de inverno e ciumento inveterado que se deitava sobre os livros e apostilas – responsáveis pela falta de atenção de sua dona. Se ele tivesse inteligência, teria sentido muita raiva da tal faculdade que ela tinha começado a fazer.
            Mas Pretí não sabia que logo teria outro concorrente e também não imaginava que acabaria cedendo e gostando também daquele que o ameaçava. Estudando ou não, ela sempre estava com o rádio ligado. Sua avó dizia que era fácil saber quando ela estava em casa: se houvesse música no ar, lá ela estaria - normalmente tentando gravar as suas preferidas em fitas K7 que ela comprava com o minguado salário que recebia por trabalhar como ajudante em uma creche.
            Ela adorava Legião Urbana, como qualquer jovem da época, mas nunca mais ouviu “Quando o sol bater na janela do teu quarto” sem lembrar-se da menina e seu vestido de debutante que não seria usado para festejar a vida, pois um carro havia levado seus sonhos e deixado um vazio para quem a conhecia. Não fazia sentido vê-la dormir para sempre e não parecia justo que outros continuassem a sonhar quando ela já não o fazia mais.
Leoni cantava “Garotos” e ela achava que era uma daquelas mulheres da música até o dia em que o garoto do fusca azul, cabelo preto jogado para o lado e um sorriso enorme no rosto partiu sem lhe dar adeus. Ele tinha sido o primeiro a lhe dar flores, era uma noite fria, mas ele ofereceu seus lábios quentes. Ele foi o primeiro a receber flores dela também, mas era uma tarde muito quente e as mãos dele estavam frias.
Não era nervosismo como no dia em que se conheceram na cantina da faculdade - era começo da noite e tinham amigos em comum; dividiram um guaraná e foram para as suas salas de aula. Naquela noite, o intervalo durou mais do que os habituais quinze minutos: assunto eles tinham de sobra. Falavam de sonhos, de profissões, de futuro e até imaginavam filhos e casamento. Tudo que nunca aconteceu.
Depois daquele dia, ela continuou, por algum tempo, a sentir o perfume, a ouvir passos, a esperar por alguém que não iria mais voltar. A terra cobria qualquer sonho que tivesse existido e era preciso seguir em frente. Não era a primeira experiência de perda, um de seus irmãos já havia partido há alguns anos – ela fazia roupinhas para bonecas de papel quando homens fardados bateram palmas e ela foi atendê-los. Pediram que chamasse alguém mais velho, e quando seu outro irmão voltou da conversa, Dante Ramon Ledesma parou de cantar naquela casa, para sempre.
A vitrola emudecera e o rádio passou a falar mais baixo. Os sorrisos diminuíram e os cabelos brancos apareceram em seus pais. Ela era jovem e o namoro recente, mas a dor da perda era antiga conhecida e reservava dias nublados e frios, mesmo já sendo primavera. E então ela se lembrou da canção que dizia “as flores tem cheiro de morte”.
Tinha dezoito anos e o mundo se abriu sob seus pés naquele dia em que seu pai a acordou após ouvir as notícias da rádio local. Nunca soube porque, mas levava nos braços crisântemos amarelos.

01/06/2009

Por que colcha de idéias?

Idéias fervilham em nossas mentes o tempo todo, nos consomem em dias nublados e nos fazem querer sair correndo pelados em meio a uma chuva que cai pelas 3 da manhã…
Algumas são persistentes, passam dias a fio em nossas mentes e não param de pulsar e pedir pra que as deixemos acontecer; outras são fugases e vão embora tão rápido quanto nasceram, deixando uma sensação de alívio por não termos tido a coragem de experimentá-las…
Sempre quis uma linha capaz de costurar as idéias que brotam em minha mente. Pensei em juntar com ela cada pedacinho, cada retalho, cada projeto de pensamento que me faz amar e odiar, lembrar e esquecer, ser e não-ser…